sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Doces memórias XV

Complicado!! Foi difícil perceber que nossa aventura estava chegando ao fim. Túlio e eu ainda teríamos mais uma semana, mas Kátia, Paulinho, Norma e Sandra voltariam para o Brasil. Procurei não pensar naquilo, ainda tínhamos muitas belezas para ver. E não era brincadeira!! Como é bonita a região da Andaluzia!! Num determinado ponto da nossa estradinha secundária, a vegetação formada ora por morros rochosos, ora por grandes campos dourados, se transformou e enormes e constantes plantações de oliva. Campos e mais campos. Dos dois lados da estrada, cobriam os campos até o alto das colinas. E o cheiro!! É difícil descrever. Voltamos para a auto-estrada e seguimos em direção a Portugal. De repente chegamos à região de criação de porcos para a produção de chouriço. Lembram dos “salames fedorentos da Sandra” que o Túlio tanto falou na França? Acho que são produzidos ali. Não é uma visão muito bonita, tão pouco o cheiro é agradável, mas é interessante. Continuamos seguindo e após passarmos por uma pequena cidade com quase 200 (!!??) fontes, nos aproximamos da divisa com Portugal. Estávamos a menos de 100 km de Évora, e já era a hora do almoço quando chegamos à casa do André. André e sua família nos receberam calorosamente e nos surpreendemos com a cidade. Para alegria da Kátia, Évora também é uma cidade medieval murada, com grande influência moura e romana. É lá que está a Capela dos Ossos, uma capela construída com ossos humanos. Como descrever um local como aquele!! É surreal!! Mórbido, claro, mãos ao mesmo tempo, impressionante. Passeamos pela cidade e depois fomos almoçar. E a melhor parte: comi o melhor bacalhau e eleito o segundo melhor prato da viagem. Só perdeu para o cassoulet de Carcassone. Ah!! Comer foi uma experiência à parte!! André foi um excelente anfitrião mostrando-nos sua linda cidade. Nossa Ouro Preto é muito parecida com Évora, com apenas uns 1.500 anos de diferença. Pena não termos mais tempo. Merecíamos passar a noite lá. Mas Lisboa e o Carlos nos esperavam. Então, com muito pesar, seguimos pelos 100 km restantes.

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