sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Doces memórias de uma câmera fotográfica III

No início da tarde, seguimos em direção aos Alpes por uma estrada secundária que achamos ali mesmo, próximo à cidade de Schwangau. Sei que ando muito repetitiva, mas a escolha da estrada, pelo Túlio, foi mais uma vez, acertadíssima (sabe tudo, esse garoto!!). Como é bonito ver o pico nevado das montanhas surgindo uma após a outra; as árvores com suas folhas já num tom que variava de amarelo ao vermelho, anunciando a chegada do outono; e a grama, banhada pelo sol tinha uma coloração verde vivo; mas à sombra, era escura, quase negra. Margeando a estrada, seguia um rio com leito pedregoso e com águas... verdes!! E de um lado e do outro, a cadeia de montanhas com seus pinheiros gigantes completavam a paisagem... E nós ali, exatamente no meio de tanta beleza, com todos os sentidos aguçados para não perder nada. E as casinhas, essas são outro espetáculo. Tanto faz se estão no campo ou na cidade, praticamente todas são coloridas pelas flores majestosamente situadas nas sacadas das casas. Nos pastos, varias cabaninhas de madeira se espalham pela grama e ficam ainda menores quando vemos as montanhas ao fundo.... É um cenário de filme.... Já no final da tarde chegamos à pequena Sölden, cidadezinha cortada ao meio pela estrada e pelo rio e que possui uns cem hotéis, pousadas e afins, por se tratar de uma estação de esqui. Ficamos num charmoso e aconchegante Bed&Breakfast. A senhora que nos recebeu falava meia dúzia de palavras em inglês; nós falávamos apenas uma palavra em alemão: cerveja. Imaginem então como foi... Mas a dona da casa foi de uma simpatia e presteza que poderíamos ficar ali por uns dois meses sem problemas. Dos hotéis que ficamos, ela foi nossa melhor anfitriã. Após deixarmos as malas nos quartos saímos à procura de cerveja. Sölden tem três teleféricos, sendo que apenas um deles leva ao ponto mais alto, onde há neve permanente. No nosso grupo, apenas o Túlio conhecia a neve, então imaginem a ansiedade que estávamos por um pedacinho de gelo. Durante o jantar num restaurante de comida italiana que ainda estava aberto, o Túlio degustando sua primeira cerveja de trigo da viagem soltou sua célebre frase "Vamos rever o roteiro?". Sim... Ele havia levado o mapa. De acordo com sua nova estratégia, poderíamos atravessar os Alpes duas vezes: a primeira, como já estávamos fazendo e a segunda, trocando a cidade de Simione por outra na Suíça, e de lá, seguiríamos direto para Milão. "A paisagem deve ser maravilhosa!!" - disse ele - "Podemos dormir aqui nesta cidadezinha" - apontou no mapa - " Tem duas estrelinhas azuis, quer dizer que tem uma vista maravilhosa e fica na margem de um lago igual a Simione." Lógico que concordamos com ele, afinal era a possibilidade de conhecer um pouco de outro país. Ah! O nome da cidade escolhida: St. Möritz.

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