sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Lisboa - Lisboa - 2007

Aqui se inicia o site dedicado aos diários da viagens de Túlio e Rosana (Rô). A primeira viagem que será postada será muito especial: Europa. E de moto, claro.Iremos viajar por 30 dias, a bordo de uma BMW 1100 GS, do nosso amigo português Carlos Azevedo.Inicia em 07.09.2007 e finaliza em 06.10.2007. Saída e chegada em Lisboa.Iremos atravessar: Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Austria e Italia.
Tudo começou numa lanchonete na saída da cidade de Três Corações, em Minas. Estávamos no caminho e volta do encontro de Big Trails com nossos queridos amigos de Brasília e André e Verbena, de São Paulo. Naquela manhã, estávamos apenas nós quatro, André e Verbena, Túlio e eu, pois os "Bombeiros" já tinham seguido para Brasília. Então paramos num posto de gasolina para abastecer as motos e fazer um lanche de despedida para seguirmos, cada casal, o seu roteiro pra casa. O André contava sobre suas aventuras pelo mundo a fora quando Túlio e eu começamos a falar sobre a vontade que tínhamos de fazer uma grande viagem à Europa. O Túlio já conhecia o continente europeu, assim como o André (aliás, muito bem) e a Verbena, apenas eu era novata. Falávamos sobre o quanto seria incrível fazer essa viagem de moto e conhecer verdadeiramente os caminhos da Europa, até que o André soltou: "Por que não?" Incrível!! É claro que eu fiquei entusiasmada!! Começava ali a realização de um grande sonho e em grande estilo, afinal não é todo dia que posso viajar para a Europa e de moto. A partir daquele dia a idéia foi amadurecendo e se tornando realidade nas conversas entre o Túlio e o André, na formatação do roteiro, nas indicações de amigos, na pesquisa para locação das motos, na escolha dos países a serem visitados... Tudo corria bem até o dia em que começou a ficar melhor ainda.... Através do André, conhecemos um certo grupo de motos de Lisboa, um tal Nomad's, e um certo Sr. Carlos Azevedo que tem um projeto: viajar até os extremos do planeta. É o projeto "Até o fim do mundo". Bárbaro!! Vale a pena visitar o site http://www.ateofimdomundo.net/ e conhecer todo o projeto. Bom, voltando.... O Carlos e mais cinco amigos estavam programando a etapa sul-americana do projeto, o trecho Rio de Janeiro - Ushuaia e precisavam alugar motos aqui no Brasil e aí surgiu à oportunidade: emprestar as motos para a viagem dos portugueses por parte da América do Sul e depois, eles nos emprestariam as suas motos para a viagem na Europa. Perfeito!! Emprestamos as motos e de quebra nos autoconvidamos para ir até o Ushuaia com eles. Esse foi o início dessa grande aventura....

Olha aí, Eu, a Ro e a Florzinha, minha filha.



Europa 2007 - Preparativos

Faltam apenas 4 dias para o embarque. Já estamos em contagem regressiva e confesso que a ansiedade aumenta cada dia mais. Os preparativos estão a mil e Túlio e eu estamos às voltas com guias de viagem, mapas, roteiros, equipamentos e um enormeee check-list, não podemos esquecer de nada. A moto já está pronta e nos esperando, não temos como agradescer ao nosso grande amigo português, Carlos Azevedo, que preparou a sua BMW GS 1100 para nos levar pelas estradas da Europa. Nossos companheiros de viagem, Norma, mãe do Túlio; Kátia e Paulinho, irmã e cunhado do Túlio e a Sandra, amiga da Kátia também estão na "pilha"e embarcarão um dia antes. Essa semana é o início da nossa grande aventura...




O grande dia......

O grande dia chegou. São 10:30 da manhã estamos praticamente prontos para ir para o aeroporto do Galeão. Já desconectei a bateria do carro, tranquei a moto, paguei as últimas contas pela internet, levamos a louça, arrumamos a casa.....ufa...

Já repassamos o check-list umas 10 vezes...hehehehe..Parece a nossa primeira viagem de moto. Bom, em terras tão distantes, realmente é a primeira.

Embarcamos ás 18:30 para Lisboa. Amanhã encontramos o Carlos, vamos buscar os capacetes novos, preparamos a moto e no domingo cedo iniciamos a viagem.

Quero agradecer as muitas mensagens que recebemos, de apoio e incentivo.

Um abraço grande a todos.

Túlio e Ro






Noticias, ate que enfim!!!!...


Estamos em Sarlat, na Franca, e brigando com o teclado do cyber cafe que encontramos aberto nesses primeiros dias de viagem. Hoje e sabado, 10:00 am e daqui a pouco seguiremos com destino a Paris. Sarlat e uma tipica cidade medieval do interior da Franca muito agradavel e linda. Ate agora tivemos muita sorte com os franceses. Mas vamos voltar ao inicio. Chegamos em Lisboa no dia 08/09 e fomos recepcionados pelo nosso grande amigo Carlos Azevedo e a familia do Tulio, Katia, Paulo, Norma e Sandra - nossos companheiros de viagem. Com o fuso horario ainda trocado, fomos comprar nossos novos capacetes Schuberth e depois buscamos a BMW GS 1100, gentilmente nos emprestada pelo Carlos. Volta basica por Lisboa e almoco num pequeno restaurante portugues onde o prato foi um magnifico bacalhau, tambem tivemos a com a companhia do Teles. Bacalhau aprovadissimo, voltamos para o hotel par descancar um pouco. afinal ainda iriamos curtir um super jantar com a galera que o Carlos havia preparado. O ponto alto do jantar foi conhecer o Rui, que levou a Alzira para passear no Ushuaia.Rui, vc e 10!! Na manha seguinte partida de Lisboa com destino a cidade murada de Obidos. Essa pequena cidade medieval foi nosso ponto de partida para as maravilhas historicas que vimos ate agora e confesso que a cada dia ficamos ainda mais impressionados com essa riqueza historica. De Obidos passamos em Fatima, santuario religioso de Portugal e aproveitamos para pedir mais um pouquinho de protecao. Estrada novamente e paradinha rapida em Leinier, sugestao da Katia que estava ansiosa por castelos medievais. Fomos as ruinas do castelo da cidade e depois de um almoco rapido no Mc Donalds (pois e, acreditem...) seguimos para a estrada. Ja era noite quando chegamos em Braga, por isso optamos por dormir por la. Braga tem um centro historico muito bonito, porem nao tivemos nuito tempo para apreciar, estavamos exaustos e desmaiamos ao chegar ao hotel apos o jantar. Os comentarios tecnicos (despesas, gasolina, quilometragem, moto...) ficarao por conta do Tulio - que neste momento esta passeando pela praca de Sarlat muito a vontade com as ameixas e figos.... rsrsrs....... Bom, no segundo dia de viagem, saimos de Braga as 7:00 am e seguimos em direcao a Espanha. Seguimos ora pelas auto estradas, ora pelas estradas secundarias, lindo visual em direcao a Santiago de Compostela, uma cidade que nos impressionou pela catredal e centro historico cheio de peregrinos. Mas nao da para ficar muito tempo, temos que seguir, entao voltamos para a estrada e seguimos ate o cair da noite. Dormimos na pequenina cidade de Luarca.Bom: agora quem fala um pouquinho aqui e o Tulio. Mais para passar algumas informacoes tecnicas, como a Ro disse.Sobre a moto. Eu ja tinha andado numa BMW bicicindrica, mas nao por tantos quilometros. A 1100 do Carlos e uma moto que impressiona pelo porte. Como voces poderao ver nas fotos (que o poderemos mandar quando acharmos um ciber cafe que tenha micro com CD...rsrsrsr). A moto esta com um tanque de 44 litros !!!! e quando esta cheio fica muito pesada (e olhe que ela ja e muito pesada, no natural). Nao e potente como a KTM 950, mas compensa com um torque fabuloso. E extremamente estavel e firme, conseguindo fazer curvas tao bem quanto uma Cagiva Elefant. Ja me acostumei com a maneira peculiar de conducao, principalmente com os comandos eletricos.Ja rodamos ate o momento 2.277 km, a gasolina de 98 oct custa na media de 1,16 a 1,47 euros, o litro. Pedagio caro, principalmente em Portugal e Franca.Depois mandamos mais informacoes, pois estamos de saida para Paris. Tentaremos mandar as fotos, principalmente da travessia dos Pirineus e das cidades históricas, como Rocamadour. Este teclado e um porre....rsrsrsrs

As noticias continuam...

Olá amigos!! Agora estamos em Brugges, na Bélgica, terrinha fria!! Mas nada como um hotel com um salão bem quentinho, computador com internet e cerveja. Enquanto tento colocar o roteiro em dia, o Túlio vai saboreando as cervejas da vasta lista de marcas que o gerente do hotel deu para ele. Preciso fazer um comentário: como e difícil achar internet na Europa!! Eu achei que teria um cyber café em cada esquina..... Bom, continuando o roteiro: saímos de Luarca no dia 11 de setembro - quarto dia de viagem - ainda era noite, mas o relógio já marcava 07:30 da manha. Seguimos em direção a Santiago de Compostela, eu estava ansiosa, afinal ja ouvira muito falar sobre o Caminho de Santiago e queria muito conhecer a cidade. E o que posso dizer, a cidade com suas construcoes imponentes correspondeu as minhas espectativas. 'E uma mistura de religiosidade e historia que me fez querer fazer todo o caminho caminhando....quem sabe. Apos um passeio pela cidade e uma parada basica para uma cervejinha, voltamos para a estrada em direcao ao norte da Espanha. De acordo com o roteiro, teriamos que dormir o mais proximo possivel de Santander - quilometragem pesada e acabomos dorminho em Pamplona. A cidade tem um centro historico muito bonito, mas o frio fez com que corressemos para um bar fechado e degustasse um chocolate quente, alias esta tem sido minha maior perdicao nessa viagem. O Tulio, e claro nao dispensou cerveja. No dia seguinte, seguimos para a Franca atravessando os Pyrineos. Confesso que este foi O DIA!!!! A paisagem deste dia - do inicio ate o final - foi realmente MARAVILHOSA. Alguns quilometros apos Pamplona a paisagem mudou, as cores mudaram, o cheiro mudou. Nao sei explicar, conheci varios novos tons de dourado, verde e azul. Pensei que so encontraria isso na Patagonia... Como sou a fotografa oficial da expedicao, e adoro fotografar na garupa, fiquei na duvida: fotografar ou ficar deslumbrada com o visual, bom tentei fazer os dois... Ate que enfim eu estou numa maquina com entrada para CD e vou poder mostrar algumas fotos.... Mas o ponto alto do dia, e eu diria, da viagem ate agora foi a travessia dos Piryneos. E belissimo!!!! Do lado espanhol, a subida possui uma vegetacao um pouco mas baixa, as vezes ela e arida (desculpem, mas nao consigo colocar acento nas palavras. Teclados europeus.... Mas os teclados franceses sao os piores...) devido a neve que cobre a montanha nos periodos mais frios, mas do lado frances a paisagem e exuberante!! Sabem aquelas ovelhinas com sininho no pescoco que vimos nos filmes, pois e, estao la!! A subida e algo surpreendente!! Como os Piryneos-Orientales e uma cadeia de montanha extensa, subimos e descemos varias vezes, a cada hora a paisagem mudava e ficava ainda mais bela. Numa das subidas, conseguimos chegar ao topo de uma montanha e a vista e de tirar o folego. No final da travessia ganhamos de brinde a passagem por varias pequenas vilas francesas e ai minha camera fotografica nao aguentou mais, alias, a bateria. Eu tirei, cerca de 200 fotografias na trevessia dos Piryneos, acreditem. Com a alma revigorada pela beleza, resolvemos esticar e seguimos viagem, nosso objetivo era chegar a regiao dos castelos medievais no sul da Franca, a noite chegou e resolvemos parar em Rocamandur. O Paulo, cunhado do Tulio, comprou um GPS que contem as estradas opicionais da Europa, sao as estradinhas de interior, aquelas que ficam escondidinhas; e nos trouxe varias surpresas. A primeira delas foi a chegada a Rocamandur. Imaginem a cena: ja era noite quando entramos numa dessas estradinhas. Estava escuro, um "breu", fazia frio e a estrada era daquelas bem estreitas. O carro seguia na nossa frente e a cidae nao chegava nunca. Eu so pensava na Bruxa de Blair, e o Tulio so pensava na possibilidae de nao conseguirmos hospedagem e ter que voltar tudo aquilo... seguiamos com nossos pensamentos quando a estrada comecou a descer e depois de uma curva, de repente..... apareceu um castelo todo ilumidado, naquela escuridao. Vcs nao imaginam a sensacao que e ver algo tao maravilhoso como aqule castelo esculpido na rocha e um cannion, cerca de 10:00 da noite, apos ter viajado o dia inteiro e ter pensado num encontro com a Bruxa de Blair, dez minutos antes. Achamos um hotel super gostoso na rua principal da vila aos pes do castelo e dormimos muito felizes. Para mim, este foi o melgor dia da viagem ate agora. Na manha seguinte custimos a cidade de Rocamandur e a regiao. Nos recomendamos: conhecam esse lugar!!Apos Rocamandur, seguimos para Sarlat, uma cidadezinha medieval que e outro encanto. Agora eu sei porque os franceses sao metidos. Viver entre as maravilhas que vimos, nnooooossaaaaaaa!!!!! Na regiao de Sarlat fomos ate o vale do Rio Dordogne, onde ficam os castelos medievais. Barbaro!! Inclusive, fomos no castelo que serviu de locacao para o filme Joanna D'Arc, Castelo de Beynac. Voltamos para Sarlat e curtimos a noite da cidadezinha que vale uma visita mais prolongada. No dia seguinte resolvemos adiar um pouco a subida para Paris para curtir uma feirinha de sabado e tentar enviar noticias pela internet. Apos o almoco, rumo a cidade que eu mais queria conhecer no roteiro, PARIS!! Chegamos a Paris no final do dia e ainda deu tempo para curtir a noite parisiense no famoso bairro de Montmatre onde pagamos 10 euros por um shopp (e bebemos 7, ou seja, pagamos 70 euros por 7 shopps de 500 ml) e 5,50 euros por um cafe. Foi um roubo!! No dia seguinte, ainda atorduados pela conta da noite anterior seguimos para a maratona do dia: visitar Museu do Louvre, Notre-Dame, Arco do Triunfo e Torre Eiffel no mesmo dia. Afinal de contas eu so tinha um dia em Paris. No dia seguinte compras na Galerie Lafaiete e seguimos em direcao ao vale do Luar. Vou parar por aqui, porque tem outros hospedes querendo sar a internet e eu ja abusei da paciencia deles. O Tulio envia as fotos ...






Solden.............

Galera...É o seguinte. As noticias vão ser bem rápidas (aqui quem esta teclando agora e o Túlio)...hehehehe...Estamos em Solden, uma estação de esqui da Áustria. São 10 da noite e acabamos de jantar. Tem um micro aqui e resolvi postar rapidamente. Depois a Ro manda os detalhes da viagem. O que posso adiantar e que adoramos Amsterdan (apesar de ter dormido um quarto que não tinha janela...hahahahah) e que atravessamos a Alemanha. A Floresta Negra e magnífica e para quem gosta de velocidade, o lugar e a Alemanha.Agora os Alpes......que isso!!??.....é tão lindo que resolvemos mudar o roteiro (heheheh...mais uma vez..). Em vez de descer para Sirmione e depois Milão, vamos continuar nos Alpes e entrar na Suíça. Devemos dormir em alguma vila (sempre melhor opção) na Suíça e depois seguir para Milão, onde ficaremos um dia livre. Vamos por estradas secundarias, como sempre preferimos fazer e assim podemos curtir um pouco mais o visual....As mensagens que recebemos sao super legais e nos animam mais ainda...Alguns retornos:- Mano Carlos: estou curtindo muito a Inga, e cuidando muito bem dela. Em Milao ligamos para o Nomad o marcamos um encontro. A galera daqui pediu para voce o seguinte: trate de comprar 4 pasteis de Belem para cada um de nos e deixe ai reservado...rsrsrsrs junto com o queijo da Serra Estrela....- Andre: dois dias antes de Evora vamos deixar de comer....so para aproveitar melhor a culinaria da sua cidade...heheheh- Padu: a Inga realmente tem muita estoria para contar....meu amigo... que delicia...heheheEm Milao mandamos mais fotos. Abraco a todos...Tulio e Ro



Recalculando...

Amigos estamos de volta, agora num teclado italiano... Apos sairmos de Paris, fizemos uma alteraçao no roteiro. Alias, alguem pode retirar o mapa da europa das maos do Tulio. Ja virou diversao do grupo quando ele chega, geralmente durante o jantar, e solta: Vamos rever o roteiro??Mas nao posso reclamar, as alteracoes feitas nos trouxe varias boas surpresas... Uma delas foi o Vale do Luar com seus castelos de cerca de 500 anos de idade que revivem o mode de vida da corte francesa a partir do seculo XVI. Sao belissimos, imponentes e o seu interior e realmente riquissimo. Entre a caça aos castelos dormimos da cidade de Bloir. Foi uma noite especial - nosso hotel ficava numa mansao de 400 anos. Para ficar perfeita, so faltava ser assombrada..... Fomos a um bar na cidade onde o Tulio fez a festa com cerveja na pressao... No dia seguinte mais castelos e subimos em direçao ao norte da França, a regiao da Normandia. Durmimos em Roen e o tempo ja comecou a virar. No dia seguinte subimos para Brugges ja com o tempo bem nublado. Como a paisagem e as cidades mudaram na Bélgica. Sao varias cidadezinhas juntas, uma apos a outra, com seus jardins floridos, casas de pedra e modernas, flores coloridas nas janelas.... um charme.... Passando pela praça de uma cidadezinha antes de Brugges, nao resisti e pedi ao Tulio para parar... Eu precisava tirar uma foto ali. Quando chegamos a Brugges, eu fiquei ainda mais impressionada. Brugges é uma cidade medieval situada denro de um grande canal e com canais em varias partes da cidade. Ainda mais charmosa do que as que passamos. Pessoas bonitas, roupas lindissimas, boa comida, tempo feio e muito frio. Ficamos num hotel que tinha uma escada em espiral que mais parecia de uma torre medieval. Tulio e eu, para variar, ficamos no quarto mais alto, da torre mais alta.... E nao tinha elevador.... Durmimos em Brugges e seguimos para Holanda no dia seguinte. Nao me lembro de onde veioo ditado que todos os caminhos levam à Roma, mas certamente, que o criou nuna foi a Holanda. Todos os caminhos levam sim, mas para Amisterda. A malha rodoviaria é incrivel, nunca vi tantas rodovias, pistas, ruazinhas, etc juntos. Mas como a cidade estava lotada e nao havia vagas nos hoteis, so conseguimos uma vaga num quarto de porao, sem janela. Foi também uma experiencia interessante: tivemos uma pequena noçao de como as familias que se escondiam do holcausto viveram na cidade. Mas a cidade que é uma questao a parte. Amisterda é a cidade da tolerancia, as pessoas sao educadas e quase nao vi idosos. Foi ali, mais do que em qualquer outra parte da Europa (até agora) que vi pessoas do mundo inteiro. Foi la também que passeamos pelas ruas do Bairro da Luz Vermelha, com suas mulheres em vitrines. E para quem deve estar se perguntando.... usurfluimos muito bem dos produtos que as cidade proporciona. Amisterda é uma cidade linda com seus canais, sua cultura, sua gente, seus museus: uma verdadeira cidade cosmopolita. Apos dois dia em Amisterda, seguimos para a Alemanha e suas pistas de corrida. Nunca vi um desfile tao constane de BMW, Mercedes, Audi e Porsches, que alias e um carro "basico" por la. Como Tulio e eu estamos comendo e bebendo muito bem, tinhamos a esperança de comer menos na Alemanha, mas... realmente iremos voltar mais gordinhos para o Brasil. Nosso roteiro pela Alemanha incluiu a Floresta Negra e o Vale do Reno. Acreditem, é belissimo!! Na Floresta Negra, o Tulio quase entrou em Ecstase com a quantidade de motos que desciam e subiam a serra. Paramos num mirante para apreciar a vista e ele so olhava para a estrada, pode!? Foi la que descubri o maior sonho dele: ter uma moto de cada modelo e de cada cor... - depois ele fica falando da quantidade de sapatos que a minha irma tem... Depois que o Tulio voltou ao normal, seguimos para o Vale do Reno, com suas cidadezinhas às margens do Rio Reno, com direito a castelos e ruinas em seu percursso. Bom pessoal, volto depois pois esqueci meu bloquinho de anotaçoes na jaqueta e lembrar como escreve o nome das cidade alemas que passamos e uma tarefa dificil... Seguem as fotos....









Doces memórias de uma câmera fotográfica II



Depois pegamos mais uma das famosas autobank alemãs e voltamos a conviver com Mercedes, Audi, Porches e é claro, muitas BMW. Num ponto da autobank enquanto estávamos entediados com a "mesmice" da auto estrada, fomos ultrapassados em alta velocidade por duas Ferrari estalando de vermelhas, no melhor estilo "vou ali dar uma voltinha rápida!!" Anoitecia e decidimos dormir na cidade de Heindemberg que, de acordo com nosso guia possui um belo centro histórico. Infelizmente não tivemos chance de conhecer, pois mais uma vez, nos deparamos com um problema que nos perseguiu em todas as cidades grandes em que passamos: a lotação dos hotéis. Os que ainda tinham vagas eram caros. Após procurarmos bastante e sem sucesso, decidimos procurar numa cidade vizinha, lá conseguimos um hotel do mesmo estilo que o Íbis, porem mais aconchegante; e o mais engraçado: ficava do lado de uma fábrica de cimento. Deve ser a liga do Túlio e do Paulo, rsrsrsrs... Nesse hotel, Kátia e eu descobrimos que o Castelo dos Contos de Fadas ficava na Baviera, ali pertinho da fronteira com a Áustria, aos pés dos Alpes... Resultado: intimamos o mapa do Túlio e ele conseguiu mexer no roteiro e alterar a rota para um breve desvio para a esquerda e mais adiante outro para a direita e... PRONTO!. No dia seguinte estávamos diante de uma das mais belas paisagens da viagem: o castelo dos contos de fadas sonhado e construído pelo rei Ludwig II, da Baviera - o beliiiiiiiiiissimo Neuschawanstein. Situado no alto de um rochedo íngreme, aos pés dos Alpes, ao lago de uma cachoeira de 45 metros que fica num outro penhasco chamado de Garganta do Pöllat e com uma vista deslumbrante de todo o vale, o Castelo de Neuschawanstein e magnífico. Vale a pena conhecer a sua historia e do seu idealizador, Ludwig II, e os outros três castelos construídos pelo rei. Dormimos na pequenina cidade de Schwangau, onde estão dois dos castelos do Rei Lud - Neuschawanstein e Hohenschwangau. No dia seguinte apos a visita ao castelo, seguimos para o que seria a melhor parte da viagem, a travessia dos Alpes.



















Doces memórias de uma câmera fotográfica III

No início da tarde, seguimos em direção aos Alpes por uma estrada secundária que achamos ali mesmo, próximo à cidade de Schwangau. Sei que ando muito repetitiva, mas a escolha da estrada, pelo Túlio, foi mais uma vez, acertadíssima (sabe tudo, esse garoto!!). Como é bonito ver o pico nevado das montanhas surgindo uma após a outra; as árvores com suas folhas já num tom que variava de amarelo ao vermelho, anunciando a chegada do outono; e a grama, banhada pelo sol tinha uma coloração verde vivo; mas à sombra, era escura, quase negra. Margeando a estrada, seguia um rio com leito pedregoso e com águas... verdes!! E de um lado e do outro, a cadeia de montanhas com seus pinheiros gigantes completavam a paisagem... E nós ali, exatamente no meio de tanta beleza, com todos os sentidos aguçados para não perder nada. E as casinhas, essas são outro espetáculo. Tanto faz se estão no campo ou na cidade, praticamente todas são coloridas pelas flores majestosamente situadas nas sacadas das casas. Nos pastos, varias cabaninhas de madeira se espalham pela grama e ficam ainda menores quando vemos as montanhas ao fundo.... É um cenário de filme.... Já no final da tarde chegamos à pequena Sölden, cidadezinha cortada ao meio pela estrada e pelo rio e que possui uns cem hotéis, pousadas e afins, por se tratar de uma estação de esqui. Ficamos num charmoso e aconchegante Bed&Breakfast. A senhora que nos recebeu falava meia dúzia de palavras em inglês; nós falávamos apenas uma palavra em alemão: cerveja. Imaginem então como foi... Mas a dona da casa foi de uma simpatia e presteza que poderíamos ficar ali por uns dois meses sem problemas. Dos hotéis que ficamos, ela foi nossa melhor anfitriã. Após deixarmos as malas nos quartos saímos à procura de cerveja. Sölden tem três teleféricos, sendo que apenas um deles leva ao ponto mais alto, onde há neve permanente. No nosso grupo, apenas o Túlio conhecia a neve, então imaginem a ansiedade que estávamos por um pedacinho de gelo. Durante o jantar num restaurante de comida italiana que ainda estava aberto, o Túlio degustando sua primeira cerveja de trigo da viagem soltou sua célebre frase "Vamos rever o roteiro?". Sim... Ele havia levado o mapa. De acordo com sua nova estratégia, poderíamos atravessar os Alpes duas vezes: a primeira, como já estávamos fazendo e a segunda, trocando a cidade de Simione por outra na Suíça, e de lá, seguiríamos direto para Milão. "A paisagem deve ser maravilhosa!!" - disse ele - "Podemos dormir aqui nesta cidadezinha" - apontou no mapa - " Tem duas estrelinhas azuis, quer dizer que tem uma vista maravilhosa e fica na margem de um lago igual a Simione." Lógico que concordamos com ele, afinal era a possibilidade de conhecer um pouco de outro país. Ah! O nome da cidade escolhida: St. Möritz.

Doces Memórias de uma câmera fotográfica IV

No dia seguinte, decidimos fazer um passeio no teleférico que levava ao pico mais alto - Vamos ver a neve!! Mas... Que pena.... a temporada para o teleférico principal só começa em dezembro, assim, para não perder a oportunidade subimos no teleférico que levava num ponto mais baixo e naquela cadeirinha aberta, individual, para quem gosta de emoção. Mas primeiro, uma passada quase rápida à loja de roupas e material de esqui, localizada estrategicamente abaixo do teleférico principal e que estava bem aberta!! E como éramos quatro mulheres, dois homens e uma loja imensa em liquidação, tivemos umas duas horas de pausa antes do passeio. O passeio foi excelente, passamos sobre as casas, sobre os pastos com vaquinhas balançando seus sinos presos no pescoço, cavalos com potrinhos, ciclistas idosos subindo por estradinhas que mais pareciam ladeiras (exemplo para nós, sedentários), a vista das montanhas, mas uma vez, que visual!! Que frio gostoso!! Que lindo!! Melhor que a loja em liquidação!! Na descida, o vento frio batendo no rosto, nas mãos me trouxe uma sensação muito agradável - justo eu, que geralmente morre de frio. Passeio feito vamos para a estrada que a melhor parte da festa vai começar. A partir daqui, qualquer palavra que eu use, por mais bela que seja, será incapaz de descrever o que vimos. Atravessar os Alpes foi algo fora do normal. Os Pyrénées que me perdoem, mas se tornaram um aperitivo para o que estávamos vendo. Na subida, a vegetação foi ficando escassa até se tornar apenas pedra e uma espécie de cascalho. Do nosso lado direito às águas de um riacho desciam num leito pedregoso e para minha supresa, num ponto um pouco mais alto, havia um pedaço de gelo na margem do riacho. É lógico que eu iria pagar mico!! Fiz o Túlio parar para eu poder ver e tocar o tal pedaço de gelo. Mas eu não fui só, a Kátia, me acompanhou feliz da vida e fizemos uma festa com direito a fotos. Após a farra do gelo, continuamos a subida e as curvas começaram a se acentuar. À medida que subíamos uma neblina mais densa se formava do lado da montanha, no precipício, ou seja, do lado da estrada. Num ponto mais alto não resistimos e paramos para nos esbaldar com a vista e aproveitar para tomar o café ralo de uma lanchonete no meio do nada. Nesse momento a neblina começou a chegar na estrada. Com receio de que as coisas piorassem voltamos para a estrada com a atenção dobrada, afinal não deve ser muito agradável perceber que a estrada acabou debaixo dos pneus. Mas a neblina passou rápida e então foi um festival de montanhas, precipícios, montanhas ao longe que pareciam mudar de lugar, curvas, túneis, curvas, precipício à esquerda, precipício à direita, curvas, vista deslumbrante, deslumbrante, deslumbrante.... Não resistimos e paramos novamente. Quem estava no carro precisava sentir aquele ar, a temperatura, tocar o solo e se sentir parte da montanha. Pois é essa a sensação de quem anda de moto tem. Pose para mais uma foto oficial e vinho para brindarmos aos deuses, à natureza e ao momento inesquecível. E era apenas metade do caminho, a descida ainda eira começar. Nos primeiros metros da descida, uma sucessão de curvas cotovelo tirou nosso fôlego. A adrenalina subiu, afinal de contas, para fazermos as curvas, precisávamos usar a contra mão e fazer isso sem conseguir ver direito se vem outro carro é uma sensação no mínimo estranha. Tudo isso à margem do penhasco e a vista continuava impressionante. Conseguíamos ver o verde do vale lá em baixo, verde, florido, tudo tão arrumadinho, perfeito como se tivesse saído de um livro de contos de fadas. À medida que descíamos a vegetação foi novamente se tornando majestosa com árvores frondosas e flores, muitas flores coloridas, predominando as vermelhas. No vale, uma vilazinha completava a paisagem com suas casas perfeitas, floridas e a torre da igreja matriz se destacava entre os telhados. O verde da vegetação e o branco das casas davam um contraste especial em perfeita harmonia. Nos sentimos dentro de um cartão postal europeu. Aos pés dos Alpes italianos chegamos à cidade de Merano, onde lanchamos e nos preparamos para a nova subida em direção à Suíça.








Doces Memórias de uma câmera fotográfica V

Na saída de Merano, vimos que o tempo a nossa frente estava bem fechado, certamente pegaríamos chuva. Algum km à frente, entra numa plantação de maçãs. Tudo tão arrumadinho e as macieiras carregadas ficavam à beira da estrada. Pequeninos tratores faziam o transporte da colheita e como a estrada era bem estreita permanecemos um bom tempo seguindo as máquinas a 20 b. Quando iniciamos a subida uma garoa fina nos pegou e permaneceu. Muito a contra gosto, tive que guardar a câmera e a filmadora, pois, mesmo com a chuva, a paisagem era de encher os olhos. Diferente da subida dos Pyrénées, a vegetação dos Alpes Italianos-Suíços é cheia de fazendas, pastos, vaquinhas com seus sininhos, campos com cercas de pedras e madeira e o cheiro proporcionado pela chuva nos dava, incrivelmente, a sensação de passear pelo interior do Brasil. Na fronteira com a Suíça fomos parados pela policia federal italiana para verificação da nossa documentação. Do lado suíço, essa verificação não foi necessária. Ao entrar na Suíça o estilo das casas ficou ainda mais bonito. Ainda eram casas com a estrutura bem parecida com as que já víamos na Europa, mas com um cuidado especial nas fachadas. Algumas casas tinham pinturas especiais, como se fossem telas feitas de tijolos. As flores eram ainda mais exuberantes e de um vermelho mais intenso. Em nosso trajeto de inicio de subida, passamos por três vilas especialmente charmosas formada por casas e pequeninas fazendas com seus pastos verdes e vacas malhadas iguaizinhas as das embalagens dos chocolates Milka. Ao longe, dos dois lados, a cadeia de montanhas parecia proteger toda aquela tranquilidade. Enquanto eu imaginava como faria para descrever a paisagem, as curvas cotovelo chegaram. E eram do mesmo estilo que as da descida dos Alpes italianos. A chuva fina é claro exigia mais atenção e o frio começou a aumentar. E assim seguimos... E eu só pensava na câmera guardada e como eu faria para descrever a paisagem e o tom tão especial que a chuva proporcionou. As cores ficaram mais intensas e à medida que subíamos, NOSSA!!, Parecia uma pintura. A sensação era bem essa, de estarmos num quadro sendo pintado naquele momento, sentindo o cheiro da tinta ainda fresca, seguindo com enorme cuidado para não escorregar nela. A nosso volta os pinheiros surgiram num verde intenso. No topo das montanhas em pedra viva, o tom das cores variava entre o prateado ao azul (??) Isso mesmo, azul. Do nosso lado esquerdo, logo apos uma fileira de pinheiros, mais um rio nos seguia com seu leito rochoso e cinzento e as águas incrivelmente verdes, formando uma pequena corredeira. Uma grama rala e amarelada margeava a pista e até os pés dos pinheiros; mas o que mais me impressionou foi à estrada. Acredito que seja por causa da chuva e da baixa luminosidade, mas a pista a nossa frente era intensamente prateada, brilhava e em conjunto com a grama amarelada, os pinheiros verdes, quase negros, o pico das montanhas, o céu escuro e o rio, formaram a paisagem que eu nunca havia visto desde então. Em nenhum filme, nenhum livro, nenhuma foto ou quadro, nada... Apenas ali, naquele momento, diante de mim. Espero que tenha deixado todos com água na boca. A chuva continuou e o frio começou a apertar. A estrada nos levava para o topo das montanhas e, mais uma vez o precipício nos fazia companhia que, naquele momento, para mim, era um pouco incomoda. Nossas roupas "segunda pele" agüentaram muito bem o frio, mas as mãos congelavam. E a chuva continuava, e o precipício nos seguia e começava a ficar mais escuro. Não que estivesse com medo, pois confio no Túlio e sei o quanto ele é responsável e pilota muito bem. Também, tinha certeza que a Inga, nossa companheira de viagem BMW tem coragem e nos levaria ao nosso destino, mas confesso que o cenário e o frio nas mãos me deixaram preocupada. Passamos com louvor e chegamos em outra vilazinha numa área mais plana dos Alpes. Paramos, mas Túlio e eu queríamos chegar ao destino e apesar da noite estar chegando decidimos concluir os 30 km que faltavam... E tome estrada. E como demoraram esses últimos km. Debaixo de chuva, escuro e com as mãos geladas eu me perguntava porque a cidade não chegava. "Tem que ser muito bonita mesmo." Eu repetia para mim mesmo - "Porque agüentar esse frio e essa chuva tá bravo." E após longos 30 km chegamos a St. Möritz.